Cerimônias de Pajelança do Povo Hunikuin do Estado do Acre vêm sendo apresentadas como celebrações da cultura ameríndia da floresta amazônica em diversas partes do mundo nos últimos anos: França, Holanda, Espanha e Suécia já receberam pajés dedicados à valorização e preservação dessa etnia. Foram eles os mesmos “kaxinawás” (nome que a sociedade brasileira dá ao povo hunikuin) que serviram de matéria para a primeira obra da etnografia nacional, no Rio de Janeiro da Belle Époque, por mãos do sábio cearense Capistrano de Abreu, cem anos atrás. A luta política pelos direitos da terra, tanto no Purus como no Tarayá-Jordão, expressou-se a partir de 1988 quando da Aliança dos Povos da Floresta, assinada em Rio Branco, Acre, como de relevância internacional, o que deu à nação hunikuin oportunidade de qualificações em educação indígena diferenciada, técnica agroflorestal e enfermagem a benefício do conjunto da vida comunitária. O mesmo quanto ao estudo dos saberes de suas tradições, através do engajamento contínuo de jovens pajés, como exemplo do orgulho e zelo dos “kaxinawás” por suas etnociências. Por meio da evocação dos seres de força da floresta, a comunhão do nixipae-ayahuasca está no âmago da sua atividade espiritual ampliando a consciência étnica e ambiental desse povo original do grande tronco linguístico chamado “Pano”, nas fronteiras da Amazônia peruana e brasileira.
Em visita a Belo Horizonte, a convite da universidade federal, uma comitiva hunikuin apresentou-se no Centro Yachak, dirigido por Ricardo Villanueva, onde conheceram um cacique pataxó de Coroa Vermelha, Bahia, que fez o convite da visita dos pajés hunikuins. A apresentação da Pajelança da Floresta no Parque Nacional de Monte Pascoal, durante celebrações da Entrada da Primavera de 2010, será marco também do lançamento da ABRASET – Associação Brasileira de Etnoturismo.
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